ENCONTRO EM HOLLYWOOD
PARTE 05 DE 05
- Ser-lhe-á possível explicar-nos porque terá experimentado essa agudeza de percepção, justamente
no instante em que a morte, de modo comum, traz anestesia e repouso?
- Efetivamente, não tive a intenção de fugir da
existência, mas, no fundo, estava incursa ao suicídio indireto. Malbaratara
minhas forças, em nome da arte, entregara-me a excessos que me arrasaram as
oportunidades de elevação... Ultimamente, fui informada por amigos daqui de que
não me foi possível descansar, após a desencarnação, enquanto não me
desvencilhei da influência perniciosa de Espíritos vampirizadores a cujos
propósitos eu aderira, por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio
da alma.
- Compreendo que dispõe agora de valiosos conhecimentos, em torno da obsessão...
- Sim, creio hoje que a obsessão, entre as
criaturas humana, é um flagelo muito pior que o câncer. Peçamos a Deus que a
ciência no mundo se decida a estudar-lhe os problemas e resolvê-los...
A
entrevistada mostrava sinais de fadiga e, pelos olhos da enfermeira que lhe
guardava a cabeça no regaço amigo, percebi que não me cabia avançar.
- Miss Monroe – concluí -, foi um prazer para mim
este encontro em Hollywood. Podemos, acaso, saber quais são, na atualidade, os
seus planos para o futuro?
Ela emitiu novo
sorriso, em que se misturavam a tristeza e a esperança, manteve silêncio por alguns instantes e afirmou:
-Na condição de doente, primeiro, quero
melhorar-me... Em seguida, como aluna no
educandário da vida, preciso repetir as lições e
provas em que fali... Por agora, não devo e nem posso ter outro objetivo que não seja
reencarnar, lutar, sofrer e reaprender...
Pronunciei algumas frases curtas de agradecimento e
despedida e ela agitou a pequenina mão num gesto de adeus. Logo após, alinharei
estas notas, à guisa de reportagem, a fim de pensar nas bênçãos do Espiritismo
Evangélico e na necessidade da sua divulgação.
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